Eis um mistério que ainda não consegui desvendar...
(Notação Antiga)
Por tradição, a leitura de partituras para trompa de música "antiga" escritas em clave de fá é sempre feita uma oitava acima. O que na maioria dos casos, faz com que se utilizem linhas suplementares em clave de fá. Logo... temos aqui uma contradição: Sempre pensei que a clave de fá fosse usada para evitar a leitura com linhas suplementares noutras claves!!!
O problema segue com o tempo e... Stravinsky, Strauss, Mahler, Ravel, Elgar...
Os trompistas vêm-se obrigados a fazer o papel de detectives e tentar decifrar se o compositor tinha em mente a "notação antiga" ou a "nova"...
É comum o 2º trompa perguntar ao 4º "Deixa-me ver a tua partitura, para ver se tens notas mais graves do que eu..."
Elgar... alternadamente usou a "nova" e a "antiga notação"... chegou mesmo a utilizar ambas na mesma obra: Enigma Op.36 (Variações sobre um tema original)
Esta obra deu que falar e diversos estudiosos afirmaram ter desvendado o enigma da obra a partir das notas que formavam o tema: Sib (B), Lá (A), Dó (C) e Si (H) "Bach"... mas, se calhar, o enigma era mesmo o da notação em clave de fá para trompa...
Por um lado é justificável... na música de Strauss... em que a 4ª trompa percorre todo o registo. Estando escrito com uma oitava de diferença, evita-se estar constantemente a mudar de clave. Mesmo assim não se justifica a música de Bethoven, Reicha, Haydn etc...
Já pesquisei em vários livros e na Internet e não consegui encontrar nada de concreto.
(se calhar os compositores fizeram de propósito... para fazer a vida negra aos trompistas )
Seguem alguns links sobre o assunto...
http://www.aeorchestra.freeserve.co.uk/ ... 0page.html
http://music.ou.edu/applied/horn/shm.html
http://www.mail-archive.com/bug-lilypon ... 03227.html
Leitura de Trompa em Calve de Fá
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Ricardo Matosinhos
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É como eu digo. Os trompistas são as "mulheres das bandas" e os "pretos na orquestra".
"Mulheres das bandas": Malditos contratempos... Em quase tudo o que é música de compositores portugueses originalmente para banda, as trompas têm somente contratempos, síncopas por toda a peça. Ou seja, além de estarem as músicas quase todas em Mib, ainda temos que aturar com a casmurrice dos compositores e fazer aqueles contratempos indignantes... E o que é pior é que ainda há muitos compositores, principalmente portugueses que ainda consideram a trompa como instrumento somente acompanhador. Felizmente há conversões das orquestras (Arco Íris de Duarte Pestana, Suite Alentejana, Paisagem Ribatejana, etc.) e mesmo compositores recentes que começam a dar mais protagonismo às trompas (ex: Carlos Marques, que eu me tenha lembrado assim de repente).
"Pretos nas orquestras": Por um lado, já desde os primórdios da trompa na orquestra que os compositores obrigavam os trompistas a ler várias tonalidades diferentes. O que se agravou com a chegada da trompa com pistões/válvulas. Isto obrigou a que os trompistas tivessem aquele esforço mental inédito noutros instrumentos de conseguir transpor em todas as tonalidades. Ou era porque os compositores eram uns grandes preguiçosos, ou então é porque acreditavam no superior intelecto dos trompistas (hehe ).
Por outro lado, os trompistas são apelidados nas orquestras, de "pombos". Sempre que se ouve um "curru" toda a gente olha para os trompistas.... Mesmo que não tenha sido um trompista, eles mesmo assim olham para nós.
Fiquem
RiCON
"Mulheres das bandas": Malditos contratempos... Em quase tudo o que é música de compositores portugueses originalmente para banda, as trompas têm somente contratempos, síncopas por toda a peça. Ou seja, além de estarem as músicas quase todas em Mib, ainda temos que aturar com a casmurrice dos compositores e fazer aqueles contratempos indignantes... E o que é pior é que ainda há muitos compositores, principalmente portugueses que ainda consideram a trompa como instrumento somente acompanhador. Felizmente há conversões das orquestras (Arco Íris de Duarte Pestana, Suite Alentejana, Paisagem Ribatejana, etc.) e mesmo compositores recentes que começam a dar mais protagonismo às trompas (ex: Carlos Marques, que eu me tenha lembrado assim de repente).
"Pretos nas orquestras": Por um lado, já desde os primórdios da trompa na orquestra que os compositores obrigavam os trompistas a ler várias tonalidades diferentes. O que se agravou com a chegada da trompa com pistões/válvulas. Isto obrigou a que os trompistas tivessem aquele esforço mental inédito noutros instrumentos de conseguir transpor em todas as tonalidades. Ou era porque os compositores eram uns grandes preguiçosos, ou então é porque acreditavam no superior intelecto dos trompistas (hehe ).
Por outro lado, os trompistas são apelidados nas orquestras, de "pombos". Sempre que se ouve um "curru" toda a gente olha para os trompistas.... Mesmo que não tenha sido um trompista, eles mesmo assim olham para nós.
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Re: Leitura de Trompa em Calve de Fá
não dizem que a trompa é o instrumento mais dificil de tocar?
Emanuel Ribeiro
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